31 de março de 2014

WAR CHARGE - NEW WORLD JUSTICE

Acho que foi em uma postagem do meu amigo Dr. Fresh Rhymes (Mene is the law) do All Things Old School (caso não conheça o blog, não perca tempo e acesse agora, de cara tem um post do sensacional Icepick, o original) que eu acabei conhecendo o WAR CHARGE da Escócia, na época só tinham lançado uma música do EP New World Justice (Purgatory Records), mas já dava pra perceber o que estava por vir. Riffs agressivos com um pézinho bem de leve no metal, bateria rápida e vocal que lembra o Chris do Cruel Hand no Prying Eyes. São apenas quatro músicas em exatos 10 minutos, daqueles feitas pra dança violenta "sem misericórdia no moshpit", com boas letras introspectivas no melhor estilo auto-ajuda hardcore ou dando um recado pros jovens.
Take a fucking minute to gather your thoughts, don’t make no rash decisions you’ll wanna go back on. Just be yourself, you’re not a clone.

Acesse: Facebook / Bandcamp (free download)

26 de março de 2014

NYHC Hall Of Fame (Breakdown, Outburst e Raw Deal)

NYHC Hall Of Fame é uma box set lançada em 2005 pelo selo europeu Dead Serious Records, que na melhor tradição alemã da Lost And Found (selo que lançou várias repress de clássicos de NY), fez essa caixa contendo a reedição de três obras fundamentais que representam uma cena histórica. Três bandas do Queens (NY), que também fizeram parte de uma das melhores coletâneas da história do universo, a Where The Wild Things Are e demonstram o quanto o final da década de 80 foi produtivo.



Começando pelo Breakdown e sua demo de 1987, uma das minhas bandas preferidas em sua melhor forma. Violência no instrumental e nas letras, quase todos os sons começando no baixo estralando e hinos como Kickback e Sick People. Vinilzinho amarelo e um encarte simples com as letras.



Das três bandas da caixa a de vida mais curta, mas não menos relevante, o Outburst entra com o Miles To Go. Mesmo eu preferindo a demo de '87 e talvez fazendo mais sentido na proposta da box set, não tem como reclamar desse EP. Talvez uma das bandas mais emuladas pela atual geração do hardcore norte-americano.



Last but not least! O Hall Of Fame fecha com a demo de '88 do lendário Raw Deal! Formado por ex-membros do Breakdown e que depois viria a mudar o seu nome para Killing Time, a demo é uma prévia do que viria a ser o Brightside, com versões mais cruas e ainda mais agressivas de músicas que também fazem parte dessa obra-prima do hardcore.



Foram lançadas 200 unidades da caixa, contendo os três 7" e um poster. Encontrei a caixa completa pelo eBay uns dois anos atrás, mas já tinha visto os discos sendo vendidos separadamente por lá, não deve ser tão complicado de achar. Em geral é um bom material, cada vinil de uma cor diferente, encarte com as letras e a escolha das bandas não poderia ser melhor. No entanto, tem o ponto negativo de não ter mantido o layout original de encarte e contra-capa.

24 de março de 2014

Clearview - Times Of Distress

New video from our friends of Clearview! Get ready for wild riffs and some times of distress.



10 de março de 2014

SHRAPNEL - Demo 2014

Pegando a onda do Violence to Fade que o Pinga mando o release aqui no DBDxHC, chegou a vez de falar do mais novo representante do NYHC 80' que não é de NY. Diretamente do Reino Unido, apresento a vocês o SHRAPNEL. Com membros do Violent Reaction e do Obstruct, o Shrapnel faz um som digno de "briga de faca" entre Raw Deal, Breakdown, Outburst e um pouco mais afastado, mas pronto para golpear, o Cro-Mags. Essa demo de estreia dos caras se inicia com uma Intro maravilhosa (mais alguém achou que seria We Gotta Know?) e segue com mais 6 sons muito agressivos em uma gravação suja e crua, que facilmente enganaria alguém como sendo da década de 80. Se você, assim como eu, gosta das bandas que seguem a cartilha certa, esse é um prato cheio.

Para mais informações: Bandcamp (Stream + Download)

3 de março de 2014

Inside Out - No Spiritual Surrender


Ei você viciado em vinil, vamos falar de clássicos, vamos falar do INSIDE OUT, o maior feito do Zack de la Rocha (seguido pelo Hard Stance). Pra você que não conhece, o Inside Out é uma banda da califórnia que teve suas atividades entre o final do anos 80 e inicio dos anos 90. 


A primeira coisa que chama atenção é o fato do vocalista ser ninguém mais, ninguém menos do que Zack de la Rocha, o cara que mais tarde montaria o Rage Against The Machine, mas isso não é tudo, nesta poderosa banda ainda temos membros de bandas como No For An Answer, Chain of Strength, Burn, etc.


No Spiritual Surrender é o nome desse EP lançado em 1990, que na minha opinião pode ser considerado um dos maiores clássicos dos anos 90. Destaques para a primeira musica Burning Fight e ultima, o hino No Spiritual Surrender. Infelizmente esse é o único lançamento oficial da banda, porem, existem outras gravações ao vivo, inclusive com musicas inéditas, por coincidência (ou não) uma delas se chama Rage Against The Machine (o que seria também o nome do próximo disco).


Segundo informações do Discogs e alguns foruns de colecionadores, esse discos lançado pela Revelation, teve a sua primeira prensagem em 1990 com 5000 copias (1000 azul e 4000 preto), depois teve uma repress em 2012 (350 branco e 550 vermelho) e por fim outra repress em 2013 (550 clear red e 510 clear que é este do post)


Essa versão clear da terceira repress está até que fácil de achar em distros por ai, no discogs eu também já vi vendendo a versão RED com um preço acessível, agora qualquer outra versão é difícil de achar e com certeza, bem caro. Uma curiosidade, esse disco saiu também no formato de CD, com duas musicas extras. Não tenho duvidas que esse disco ajudou a moldar o que se tornaria o hardcore na década de 90. 


24 de fevereiro de 2014

Cut Loose - Demo 2013

As vezes eu acho que sou um pouco burro e acabo julgando os discos/fitas pela capa. Nessas acabo ouvindo bandas ruins por causa de uma capa muito boa e também acabo deixando de ouvir excelentes bandas por achar a capa do disco ruim. Foi o que aconteceu com a demo do CUT LOOSE, quando vi a primeira vez acabei deixando de lado. Baita erro meu, primeiro por que essa capa é uma referencia a um clássico dos filmes de terror, o Evil Dead e segundo porque o Cut Loose é simplesmente insano. Vindos da frança (país que vem apresentando excelentes bandas ultimamente) o Cut Loose faz um hardcore youth crew bem agressivo e bem tocado, mas sem voz de criança, pelo contrário, o vocal está mais para Brotherhood e Turning Point (fase hardcore). A banda começou suas atividades em 2013 e já lançara essa demo que saiu em fita K7 pelo selo Straight And Alert e já deu sold out. São 4 sons rápidos e bem agressivos para qualquer fã de Floorpunch não botar defeito. Ouça e tire suas próprias conclusões.

Para maiores informações:

17 de fevereiro de 2014

Clear - Demo 2012

Esse com certeza é um dos discos que mais tenho ouvido ultimamente. O Clear é uma banda Straight Edge Youth Crew de boston com membros do Have Heart, The First Step, The Rival Mob entre outras. Essa demo foi lançada em 2012 pela Trible B records e conta com 6 musicas rápidas, sujas e agressivas em apenas 5 minutos. Uma verdadeira cacetada na orelha. Destaque para o poderoso vocal. Vocal gritado e desesperado como todas as bandas youth crew devem ser. As letras são excelentes também com destaque para a simplicidade e força da letra de Nobody's Fool. Fãs de Bold, Chain of Strength e Youth of Today, essa é para ouvir em um repeat insano com punhos cerrados e stages dives no sofá. A grande promessa é que nesse ano de 2014 saia um material novo dos caras também pela Trible B.


"NO FUCKING THANKS,
DON'T NEED YOUR BOOZE
OR YOU LOSERS AT THE BAR
I'M NOBODY'S FUCKING FOOL
"

10 de fevereiro de 2014

Violence To Fade - Tug Of War

Procuro fugir sempre da armadilha de tentar listar os melhores discos do ano, minha memória nunca ajuda a fazer justiça ao que mais escutei durante os últimos doze meses, no entanto, com certeza o Violence To Fade é um desses casos que eu lembraria como um das melhores coisas que ouvi em 2013. A banda de Massachusetts/Connecticut (que conta com membros do Caught In A Crowd) já tinha chamado minha atenção com uma demo de 2012 que você pode baixar de graça no bandcamp, mas neste EP Tug Of War o nível foi elevado e o que se pode ouvir é o resultado de uma briga de foice entre o Breakdown e o SOIA dos tempos áureos. Gravação na medida certa que mantém a sujeira necessária pro tipo de som dos caras e seguindo aquela cartilha que todo mundo gosta, todo mundo curte (ou deveria), hardcore direto e agressivo.

Acesse: Facebook / Life To Live Records / Bandcamp - DEMO 2012 / Stream - Tug Of War

3 de fevereiro de 2014

WRECKING CREW - Balance of Terror

Quando o Pinguim deu a ideia de fazer essa sessão no blog eu fiquei realmente em duvida em qual seria o primeiro disco que eu iria falar. Mas lembrando um pouco a motivação que me levou a começar esse blog, não foi tão difícil assim escolher qual seria o primeiro. Gostamos de falar sobre bandas que ninguém comenta, bandas injustiçadas e bandas muitas vezes esquecidas. Esse é o caso do WRECKING CREW
Para quem não conhece, o Wrecking Crew é uma banda de boston que começou as suas atividades em 1988 com um álbum de estreia com 4 sons. Mas na minha opinião o grande momento deles foi com seu segundo disco, BALANCE OF TERROR, que já choca logo na capa.


Que puta disco que é esse. Ele é teoricamente longo até, 12 musicas, 6 de cada lado, mas não chega a ser um discos cansativos, pelo contrários, enquanto escrevo aqui a agulha está gritando esse discos repetidas vezes.


Uma cacetada atrás da outra, com muita agressividade, precisão e um estilo que muito me lembra o Warzone com talvez um pouco de Cro-Mags. 


Apesar desse disco ter sido gravado em novembro de 1988, somente foi lançado em 1989 pela Hawker Records, uma especie de selo da Roadrunner (tanto que na contra capa desse disco é possível ver uma campanha anti-drogas da Roadrunner no canto inferior direito). 


Pesquisando sobre a prensagem no Discogs, aparentemente esse discos teve poucas versões ou reprensagens, o que reforça um pouco o que falei, quando disse que essa era uma banda que pela maioria é deixada de lado.


O encarte é bem simples, no esquema maquina de escrever e impresso no próprio envelope que protege o disco. De um lado estão as letras e do outro, agradecimentos.


A forma com a foto dos integrantes foi colocada no encarte seria uma possível referencia ao Black Flag? Enfim, deixe de comprar pilhas de tênis, ou camisetas gringas e passe a comprar mais discos.

27 de janeiro de 2014

Iron Age - Constant Struggle

Em uma das inúmeras conversas entre eu e o Diego Garcia aka Buneco com o tema Metal x Youth Crew, em meio a declarações sem sentido (da parte YC, claro) tiramos algo de produtivo, que foi a ideia de fazer uma série de posts sobre alguns dos discos que cada um de nós possui em suas respectivas coleções. Começo então com um dos meus discos preferidos dos anos 00's, uma das bandas com maior competência em homenagear o som do todo-poderoso Cro-Mags, esse é o IRON AGE no Constant Struggle.



Com certeza um dos discos mais notórios do catálogo da Youngblood Records, tanto que foi lançado em 2006 com 1040 cópias em vinil, entre test press e algumas versões diferentes da capa e cor do disco (com a faixa lateral variando entre branca e vermelha). Essas primeiras versões não são tão fáceis de achar diretamente nas distros online, mais pelo eBay e Discogs. No entanto, em comemoração aos 10 anos do selo foi lançada outra prensagem em duas versões, uma inclusive com capa alternativa toda preta (Aqui).



Nesse caso comprei diretamente no site da Youngblood, o disco da foto é da terceira prensagem (300 peças) em vinil transparente e com a lateral da capa em vermelho. Vem com um encarte simples de uma folha com todas as letras e algumas fotos da banda.



Enfim, Iron Age é uma das bandas que mais escuto e gosto de todos os discos, principalmente por cada um deles possuir características próprias e bem definidas. No caso do Constant Struggle é aquele hardcore NYC do Cro-Mags e até The Icemen com doses ainda mais fortes de metal nos riffs.

20 de janeiro de 2014

Entrevista - DisXease

Acredito que a reação da maioria das pessoas quando ouviram a demo do DisXease foi a mesma, entrar choque! Como pode tanta agressividade? Imagine a mistura de SSD com Confront e com o Brotherhood, imaginou? pois bem, esse é o DisXease. Com certeza uma das maiores revelações do hardcore/punk de 2013. Fiz essa entrevista com os caras nos últimos meses de 2013 onde o Pedro (guitarra), Athos (vocal) e o Xavero (baixo), contaram um pouco de como a banda começou, influencias, processo de gravação da demo, planos futuros, entre outras coisas, confere ae.



Como vocês são uma banda nova, contem um pouco como surgiu a banda e o porque do nome DisXease.

Pedro: A idéia da banda vem de muito tempo. Desde 2006 mais ou menos que eu estou tentando fazer uma banda nessa linha. Em 2007 eu tentei montar uma banda com o Pancho (Veneno Lento), Fábio Caustic (Clearview) e Pilili (Likso) que era para ser assim, mas durou uns 3 ensaios e miou. Depois fiquei com essa idéia na cabeça e uns 2 anos atrás eu e o Xavero resolvemos ir adiante, mas sempre faltava arrumar os integrantes certos. Eu queria gente que tivesse as mesmas influências, boa vontade para tocar e que tocasse direito, para não perder tempo. Então eis que surge o Rafa, como se fosse enviado diretamente dos céus. Ele mandou uma mensagem dizendo que estava vindo para o Brasil e queria tocar. Pronto, problema resolvido! Já conhecia ele há muitos anos e sabia que era um bom baterista, com excelente gosto musical, a peça que faltava. O Athos já estava envolvido na idéia, mas eu e o Xavero não sabíamos ainda o que ele ia fazer na banda. Até que nós vimos ele cantando um set de covers com o StandXHard e não teve outro jeito. O time estava montado. O nome quem inventou foi o Athos, eu acho, mas eu gostei porque é agressivo, me lembra a música do UK Subs que o S.O.A. toca na Flex Your Head e porque tem um significado político também.
Athos: O nome surgiu no meio de um chat em que estávamos todos mandando um BRAINSTORM de idéias e eis que no meu Itunes rola um Biohazard - Disease no shuffle. Eu olhei pro nome daquela música e mandei pra todos no chat, todo mundo curtiu, decidimos colocar um X no meio do nome e assim ficou. Não é nenhuma homenagem ao Biohazard, mas a origem do nome no final das contas foi essa.

Quando eu ouço o som de vocês as duas primeiras bandas que vem na minha mente é o Confront e o SSD, falem um pouco mais sobre as influencias da banda. 

Pedro: Para mim é até difícil falar de influências específicas. Quando eu componho as músicas elas vem quase que naturalmente, como uma síntese do tipo de som que eu cresci ouvindo, que é o que tinha de mais agressivo e grosseiro no hardcore americano dos anos 80. Principalmente coisas de Boston, NY e Detroit. Quando eu tinha uns 16 anos eu pegava os CDs da Lost & Found, uma gravadora pilantra que relançava todos os clássicos mais obscuros e ouvia até gastar. Acho que o som da gente vem desses discos. Principalmente as coletâneas. Para mim a coisa vem mais ou menos daí, desde coisas de 82, 83 como SSD, FU’s, Deathwish, The Fix, State, Urban Waste, as bandas mais rápidas e agressivas da geração youth crew, tipo Brotherhood, Straight Ahead, Confront, No For An Answer, Carry Nation, o próprio Youth Of Today e NYHC clássico, especialmente o comecinho do Agnostic, Antidote, etc... E também umas coisas tipo Infest e Citizens Arrest. Até mesmo um Discharge aqui e ali. Já ouvi muito hardcore na vida, eu sei o que eu gosto, mas vem tudo misturado.
Xavero: Eu escuto todas essas bandas desde sempre, sempre foi o foco fazer um som bruto. Além desses clássicos que a galera sxe gosto, eu amo Infest, Crossed Out e essas bandas mais barulhentas e rápidas, com certeza isso também serviu de influência pra mim.
Athos: Eu em particular creio que o Confront e o SSD são as bandas que mais me influenciam pra tocarr no DisXease. Não posso negar um pouco de Infest e Straight Ahead também, mas em especial o Confront é a banda que eu mais me inspira no DisXease.

Contem um pouco como foi o processo de criação e gravação do primeiro registro de vocês 

Pedro: O Rafael está sempre viajando e pageando bandas que vêm tocar aqui. Por isso o tempo dele é meio curto, então fizemos o seguinte: primeiro ensaiamos duas vezes lá para maio e fizemos as duas primeiras músicas, depois, em agosto, pegamos umas duas semanas e fizemos mais uns 7 ensaios. Alguns só eu e ele, alguns com o Xavero, outros com o Athos e uns 3 com todo mundo junto. Foi difícil conciliar o tempo de todo mundo, mas nessas duas baterias de ensaio nós fizemos as 6 músicas da demo. Algumas delas foram bases que eu reciclei de bandas antigas minhas que não deram certo, mas a maioria nós inventamos ali mesmo. Depois o Rafael foi viajar e quando voltou nós marcamos uma sessão de gravação para ele matar de uma vez as baterias do DisXease e das outras bandas que ele montou, o B’URST e o StandXHard. Gravamos tudo e eu mixei em casa.
Xavero: Pedro comandou tudo e ficou foda.



Alguma história que queiram compartilhar, tipo a história da musica Authority? 

Pedro: As letras que eu fiz não têm histórias específicas, mas “No Escape” fala sobre a ilusão que algumas pessoas têm de que podem simplesmente abandonar o capitalismo e viver fora do sistema e como isso só faz esse sistema se fortalecer e “No Man’s Land” fala sobre a guerra, uma das maneiras que esse mesmo sistema usa para se manter de pé e como hoje em dia não faz sentido escolher lados, fora o lado dos oprimidos de todos os países.
Athos: Em um dos ensaios que fizemos eu estava no caminho pro metrô e fui parado por policiais militares por uns 10 minutos. Eu moro numa região um pouco privilegiada mais conhecida como Cracolândia. Aqui é meio comum isso acontecer. O que me dá mais ódio é perceber que autoridades em geral abusam do seu poder sobre nós e não temos nem o direito de fazer algo sobre. Por exemplo, não podem ver um cara com a pele mais escura andando num bairro perigoso e já te julgam como marginal ou coisa pior. Outro exemplo disso foi o nosso amigo Bruno, o qual foi preso com acusações gravíssimas num protesto contra o aumento da tarifa do transporte público sem ter feito absolutamente nada do que os policiais alegaram. A autoridade os dá direito de se sentirem acima de qualquer um. E esses foram alguns dos motivios que me fizeram escrever a letra de Authority. A.C.A.B.

Essa primeira demo de vocês nem saiu versão física ainda mas já está fazendo um sucesso estrondoso. Como está sendo o retorno do publico para vocês em relação as expectativas? 

Pedro: Estou meio chocado ainda, tinha ficado empolgadasso com a qualidade das músicas, mas não esperava tanto retorno em tão pouco tempo! Nós nem tocamos ao vivo ainda e já rolou esse bafafá na internet. O mais legal é que é pela qualidade mesmo, eu acho, fora do Brasil a maioria das pessoas que ouviram e comentaram mal sabe que nós tocamos em outras bandas. Outro dia a página do Brotherhood compartilhou a demo. Não sei quem cuida é alguém que tocou na banda, mas mesmo assim fiquei de queixo caído, hahaha.
Xavero: To de cara mano, sei la, a gente já tá envolvido nisso tem um tempo, sempre rola um retorno dos amigos, mas dessa vez foi um retorno de gente que eu nunca imaginava, pessoas que estavam distantes da nossa realidade.
Athos: Sendo bem sincero eu não esperava 1/4 do feedback que a gente teve. Eu imaginei que no máximo meus amigos e alguns amantes de hardcore sujo e agressivo fossem apreciar. Mas a coisa toda foi assustadora em um nível internacional, coisa que me deixou muito orgulhoso de fazer parte da banda. Quando você não tem expectativa nenhuma e consegue "tudo" rola uma sensação inexplicável e é assim que eu me sinto em relação ao DisXease.


Todos vocês estão envolvidos em outras bandas ativas na cena hardcore de são paulo, falem um pouco sobre elas. 

Pedro: Eu toquei muito tempo no I Shot Cyrus, no B.U.S.H e toco na continuação do B.U.S.H., o Futuro. É uma banda bem diferente do DisXease, um punk rock não tão acelerado com influências de bandas da SST dos anos 80, uns skatepunks e coisas mais antigas. Esse punk rock mais “doido” é outro tipo de som que eu amo, tanto quanto o hardcore mais grotesco. Não separo muito a música em categorias rígidas assim. Para mim esse universo do punk/hardcore começa no garage dos anos 60 e vem até o lado mais extremo do hardcore atual e ter mais de uma banda me dá a chance de explorar sentimentos e idéias diferentes dentro desse universo.
Xavero: Como o Pedro disse, eu também não coloco barreiras dentro do hardcore e da música. Eu estou sempre envolvido com outros projetos, ultimamente tocando coisas totalmente distintas do hardcore, mas com uma postura bem próxima. Tenho um projeto de música experimental "Dikina", tocamos bem pouco, mas é uma parada que eu curto muito, misturando noise de guitarra, eletrônicos e bateria. Além dessas doideras, tenho o Still X Strong, La Revancha, Duo e o Metade Melhor, uma banda de powerviolence, uma meio grind, uma de punk rock meio emo e outra de hardcore pesado, mais mosh. Eu na real curto som, não separo nada, isso só me faz bem e tocar é a melhor coisa do mundo. Claro que várias bandas são projetos e outras são as que eu levo compromisso, mas isso sempre depende dos outros integrantes também
Athos: Eu toco com o Xavero no Still X Strong, que é uma banda Vegan Straight Edge com um som mais pesado na linha de bandas dos anos 90 como o Strife, Path Of Resistance. Também toco no Inner Self, que também soa como bandas dos anos 90, mas num outro estilo, onde tentamos soar como Leeway, Breakdown, Killing Time e Crown of Thornz. Eu também toco no Stand X Hard, que soa como o lado positivo do hardcore youth crew, mas não temos nada gravado ainda.

Quais são os próximos planos da banda? Por vocês terem outras bandas o DisXease vai ser mais um projeto paralelo ou será uma banda regular mesmo? 

Pedro: Por mim é uma banda mesmo. Havendo disponibilidade do resto eu quero levar a coisa adiante e fazer tudo o que a gente conseguir. Depois da demo, acho que o próximo passo é tocar ao vivo e depois tentar fazer um vinilzinho quem sabe...
Xavero: Na real eu quero que o DisXease se torne uma banda mesmo, tocando regularmente e produzindo. Eu sempre toco com o athos, sei que ele tem a cabeça parecida com a minha pra banda, se depender da gente, nós tocamos em todos os buracos de SP e do mundo, hahaha



Acesse: Bandcamp / Facebook / Thinking Straight Records

17 de janeiro de 2014

Entrevista - Jimmi Jensen (Ram Lowbrow)

Da capa lendária do Cause For Alarm do Agnostic Front, passando pelas artes do Underdog que renderam até um livreto pela Bridge 9, as caveiras de Venice Beach pro lado da costa oeste e até os anos 2000 com Mental, Justice, Iron Boots e etc. A ilustração sempre foi parte integrante e os artistas na grande maioria dos casos possuem/possuíram um vinculo muito forte com o hardcore. E para quem gosta de colecionar vinil, como é o meu caso, essa importância aumenta, só quem sofre dessa "doença" sabe a satisfação de pegar um disco com aquele artwork de encher os olhos. Buscando fazer uma entrevista um pouco diferente das outras aqui do blog, conversei com o dinamarquês sangue bom Jimmi Jensen, que faz um trampo old school insano, confira aí a entrevista e algumas artes do cara.



Valeu mesmo Jimmi por trocar uma ideia rápida pro blog. E pra começar, como foi seu começo com o hardcore? A música veio primeiro pra você que arte?
Com certeza, eu acho que meu primeiro show de hardcore foi do Sick Of It All em 1993 e eu só fui começar a desenhar em 2007. Então sim, a música veio muito antes. Eu nunca tinha pensando em fazer arte para bandas até que a minha própria precisou de uma em '07. Então foi uma coincidência o meu começo, se na época eu tivesse uma foto muito boa da banda tocando para por na capa talvez essa entrevista nunca acontecesse, LOL.

Suas ilustrações tem uma pegada bem old school, o que eu acho animal. Eu estou certo em falar que você gosta do trabalho do Taggart na capa do Cause For Alarm? Quais são suas principais influências?
Você tá totalmente certo mano, eu comecei a aprender a fazer algo para o hardcore baseado no Spoiler, na época eu fazia basicamente coisas com temática Youth Crew. Mas logo eu parti pro estilo do Taggart, que é mais louco e funkier, o que combina muito mais com o estilo que desenvolvi, mesmo eu amando o Spoiler. Esses dois são minhas principais influências.



Além do estilo old school em preto e branco você faz alguns trabalhos insanos e muito coloridos com uma temática mais Venice Beach. Eu sei que você gosta bastante das bandas de lá, mas fale pra gente sobre as ilustrações com estilo cyco.
Bom, eu tinha falado com um artista animal de Venice, o Chris Ralski, sobre fazer uma collab em tributo a Venice. Mas um dia eu fiquei meio entediado e fiz uma arte só por diversão que consegui vender muito rápido, o mesmo aconteceu com a próxima. Eu só pinto o que eu gosto mesmo e por sorte algumas pessoas também curtem. Mas eu tentei por uns cinco anos me estabelecer como artista também em telas, vocês podem conferir meus trabalhos na minha página do facebook ( CLIQUE AQUI! ), são bem coloridos mas sem nada para os PC's, vocês foram avisados ;)



Você é da Dinamarca, mas já vi arte sua de bandas de vários países, até mesmo dos meus camaradas do Werewolf. Isso te passa aquele sentimento que hardcore é algo sem fronteiras?
Eu amo isso! As bandas aqui da Dinamarca não são muito o estilo do que eu faço. Então eu desenho basicamente pro resto do mundo. Eu amo que bandas de lugares estranhos venham falar comigo! E o trabalho do Werewolf foi muito legal.



Eu sei que é uma pergunta difícil e as chances de você dizer que é o último trampo é gigante. Mas qual das suas artes você mais gostou?
É verdade! Eu fiz mais de cem ilustrações esse ano, mas eu tenho que dizer que é a do Bitter Thoughts. Na minha opinião é simplesmente perfeita. Sem desmerecer as outras, mas eu escolho essa e posso dizer que não teria como ser melhor de maneira alguma.



Você era vocalista do STRUGGLE AGAINST, como estão as coisas com a banda? Vi você postando que estão para voltar.
É... essa é difícil, se você tivesse me perguntado uma semana atrás eu teria te falado que a banda estaria de volta, mas um membro antigo foi contra eu usar o nome, isso acabou comigo pra dizer a verdade. Então ou não vai acontecer, mesmo eu tendo novos camaradas para fazer isso, ou vamos usar outro nome, vamos ver o que acontece. O nosso disco ainda pode ser encontrado na loja Interpunk.

Com esse longo hiato da sua própria banda, como é produzir tanto material para outras bandas? Você acaba se perdendo naquele sentimento de nostalgia sobre os "bons tempos"?
Não, de maneira alguma. Pra mim o hardcore está muito melhor ultimamente. Os anos 90 foram ótimos pra música alternativa, mas aquele hardcore metálico que marcou aquela década não é o meu tipo de hardcore. Eu gosto do presente.



Obrigado mais uma vez Jimmi! Agora o espaço é seu pra mandar um recado pra quem acompanha o DBDxHC e conferiu essa entrevista.
Muito obrigado a quem leu a entrevista! Espero que vocês confiram o trabalho de outros ilustradores do hardcore, como: Chad Lawson, Zac Pomphrey, Greg Williams, xSlabax, Chun Guo, Ben Kocinski. E Strike Twice que será o próximo Spoiler, lembre-se que você leu isso primeiro aqui! E Bruno, valeu mesmo por fazer a entrevista.



Para entrar em contato e também ver as ilustrações insanas: FACEBOOK

14 de janeiro de 2014

Another Year - 2013

Final/começo de ano é uma época complicada para alguns, nem todo mundo suporta a "alegria" desses dias e fica no pega da I Hate Holidays do Slumlords, por outro lado muita gente adora. Mas uma coisa que ambos os lados concordam é que é um período cheio de clichês, seja na reunião forçada de família, a piada do seu tio aspirante a stand up comedy do "pave ou para comer?", quem é vegan/vegetariano aguentando os comentários a respeito de recusar alguns pratos da ceia, as luzes piscando para todo canto seguidas de um bando de velho barbudo derretendo nas roupas vermelhas de Papai Noel e, claro, as listas de melhores do ano! Pois é, caímos no clichê da maioria dos blogs/revistas/zines, mas no final das contas a gente encara isso como positivo, pois talvez algum de vocês que vai ler os TOP 5's encontre uma banda que não conhecia até então e ache muito boa. Enfim, para embarcar na originalidade ao nosso lado chamamos alguns amigos que consideramos aptos para esta árdua tarefa de resumir 365 dias em apenas cinco discos, deixamos espaço aberto para escrever algo sobre a lista ou não.

Confira também outras listas de melhores de 2013 que já saíram pela internet, recomendamos: Hardcast / Intervalo Banger / Straight On A View

Bruno Reina aka Pinguim
Sócio do DBDxHC, baixista do Clobberin' Time,CoF .:., metalhead e stormtrooper.

TOP 5
Sem ordem específica e tentando ao máximo focar somente em bandas de hardcore

THE RIVAL MOB - MOB JUSTICE
Esse era aposta certa desde a demo tape, uma das bandas que mais gosto e que até agora nunca me decepcionou! 11 músicas com potencial forte para se tornarem verdadeiros hinos nos shows e uma intro sensacional.

POWER TRIP - MANIFEST DECIMATION
Outro disco que antes de sair eu já listava entre os melhores do ano, pra quem gosta tanto de hardcore quanto de thrash metal ouvir uma banda fazer esse crossover "by the book", sem qualquer modismo ou outras concessões, é para ficar no repeat infinito. Além da qualidade da banda, a gravação com cheiro de naftalina direto dos anos 80 dá ainda mais destaque pro disco.

TURNSTILE - STEP 2 RHYTHM
Talvez a gravação poderia ser melhor, o vocal pode ser considerado fraco, as letras adolescentes, mas uma coisa é certa, esse EP foi um dos discos que mais ouvi em 2013 disparado. Registro mais dançante do ano e as músicas realmente grudam na sua mente.

VIOLENCE TO FADE - TUG OF WAR
Essa banda já tinha feito uma demo animal em 2012, mas esse novo EP elevou o nível! Resultado de uma briga de foice entre o Breakdown e o SOIA dos bons tempos.

BLIND JUSTICE - MISCHIEF
Hardcore rápido, sem grandes invenções e com a produção deixando tudo mais agressivo. Não tem como não gostar desse EP do Blind Justice, lembra bastante o que o Get Real fazia e pra mim isso é sinal de qualidade.

Menção honrosa: INNER SELF, WARBRAIN, BENCHPRESS, TAKE OFFENSE, THE MONGOLOIDS.



Athos Machado aka Underdog
Vocalista do Inner Self e DisXease, "partiu pro metal", hardcore do ódio e dono da Daily x War Zine.

TOP 5
Eu precisaria de um top 15 se fosse pra descrever todos os discos que eu mais gostei nesse ano, mas aqui vão os 5 que eu escolhei, não necessariamente nessa ordem pois cada um tem seu valor.

VIOLATOR - SCENARIOS OF BRUTALITY
Reis do Thrash no Brasil e porque não do universo? Jogue seus discos do Municipal Waste no lixo e tenha uma overdose desses riffs poderosos, vocais insanos e arte que faz jus a todo o conjunto da obra.

HARM'S WAY - BLINDED
Quando escutei essa banda achei bem qualquer coisa. Mas esse disco ganhou meu coração. O primeiro som de cara já me fez gostar do disco sem nem precisar escutar o resto e mesmo quando conferi o restante não me decpcionei. Tive a oportunidade de vê-los ao vivo ano passado no Fluff Fest na Rep. Checa onde a banda teve muita polêmica envolvida quando anunciada no festival por conta de um Rip-off de uma camiseta do Type-O Negative. Enfim, escute o disco, assista o clipe destruidor da Mind Control e tire suas conclusões.

CLEARVIEW - SEEDS OF RAGE
Veteranos do hardcore pesado em SP também não decepcionaram com esse EP. Na minha opinião o melhor material que a banda já fez. Bases severas com uma pitada de thrash/crossover da melhor qualidade. Conta coma produção do Nick Jett (Terror/Piece By Piece/Carry On) que garantiu a timbragem e mixagem perfeita pra proposta.

TURNSTILE - STEP 2 RHYTHM
Esse tava mais do que óbvio que estaria na lista. Um dos discos que mais devo ter escutado na vida em tão pouco tempo. Riffs grooveados na medida certo, vocais melódicos V.O.D., baixista negão do cabelo loiro e macacão com uma presença de palco insana. Fizeram um dos melhores sets do This Is Hardcore esse ano pelo que pude acompanhar pelos vídeos. Escute esse 7", afaste o sofá e moshe na sua sala!

NO WARNING - THE RESURRECTION OF THE WOLF
Depois do lançamento do Suffer Survive, que na minha opinião é um bom disco, todos os membros se separaram e anos depois voltaram pra fazer esse 7" beneficente pro Baixista que se encontra preso no momento. E pra quem esperava algo meio Linkin Park tá enganado. Você escuta o primeiro som e quando percebe já tá moshando. Vocais na linha de John Tardy do Obituary em medidas certas, partes mosh dançantes. Essa banda é tudo que eu queria ter sido quando crescesse.



Ivan Andrade
Vinnie Stigma de Piracicaba/SP, lenda viva do hardcore paulista, First Blood maniac, é guerreiro de fé e nunca gela e mais correria que o Forest Gump.

TOP 5
Bandas que eu gostei de ouvir os trabalhos de 2013, em relação ao estilo de som que eu gosto mesmo, HARDCORE.

TURNSTILE - STEP 2 RHYTHM
TAKE OFFENSE - UNITED STATES OF MIND
ROTTING OUT - THE WRONG WAY
DEDICATION - BREAK THE CHAINS
DISXEASE - DEMO 2013



Diego Garcia aka Buneco
Sócio do DBDxHC, Vocalista do Final Round e Dedication, Sócio da Thinking Straight Records, youth crew ortodoxo (mas curte um metal se tiver membros do Rival Mob na banda) e Sdds 1000 de quando tocava guitarra

TOP 5
Repetindo a lista que mandei no HardCast esses dias, talvez com um pouco mais de detalhes e repetindo algumas coisas que passei 2013 falando.

THE RIVAL MOB - MOB JUSTICE
Não me venha com essa de "ah, a demo desse disco tinha uma gravação melhor, bla bla bla" meu amigo, esse disco é perfeito do começo ao fim e outra, a demo não tem o som The Brutes of Force, só isso já é motivo para preferir o disco. Falar do Rival Mob é chover no molhado, mas ignorar esse disco é loucura.

RAW JUSTICE - WE DON'T NEED YOUR FRIENDS
Como eu já disse aqui mesmo no DBDxHC, esse disco foi uma grande revelação pra mim em 2013. Depois de tanto ouvir esse disco e repetir insanamente seus versos raivosos, não teria como não entrar na minha lista.

VIOLENT REACTION - CITY STREETS
Lembro até hoje quando o Max (Sentenced [RIP]) me falou dessa banda. Eu estava em uma fase que só ouvia Boston Strangler e Rival Mob, mas quando ouvi esse disco, foi um vicio imediato. É uma verdadeira mistura de Hardcore, punk, oi! na medida certa, transbordando agressividade. Vale o destaque para o já hino VxR Stomp.

FREEDOM - PAY THE PRICE
Quando ouvi esse disco do Freedom tive uma reação muito parecida de quando ouvi a demo deles, "caralho que bagulho brutal, não da nem pra processar um som, já vem outro mais bruto ainda", (isso talvez pelo fato de a maioria das musicas ter menos de 1 minuto), só que o pay the price está ainda melhor, mais agressivo, com uma gravação melhor e uma notável evolução, pra mim foi imediato, ouvi esse disco e já repeti para mim mesmo "esse está no top 5 de 2013".

WEREWOLF - DEMO
"Buneco, vamos gravar uma demo la no estúdio que o Sentenced gravou, cola la pra fazer uns back-vocals", quando eu recebi essa mensagem (não exatamente com essas palavras) eu não sabia o que me esperava. Quando cheguei na gravação dessa demo (que merecia virar um 7") fiquei chocado com o que estava ouvindo. Com certeza esses caras ressuscitaram o hardcore das ruas aos moldes das bandas da Lockin' out, mas com um pouco do hardcore de NY 80'.

Menção honrosa: VIOLENCE TO FADE, PEACEBREAKERS e CHAIN RANK.



Jaxon Craig
Vocalista do Safe and Sound e tipico gringo gente fina.

TOP 5

CAUGHT IN A CROWD - THE FIGHT
A React! Records realmente se superou lançando esse disco. O EP anterior "You've Lost" já havia me deixado ligado e na sequencia eles lançaram o melhor 7" de 2013 no hardcore (na minha opinião) THIS IS THE FIGHT!

GUIDANCE - AGE OF VICE
Uma banda que todos deveriam conferir. O som deles soa como se o Turning Point e o Strife tivessem um filho vindo de Londres, amamentado pelo Straight Edge.

RAW JUSTICE - WE DON'T NEED YOUR FRIENDS
Hardcore Europeu na veia do No Tolerance sem engolir sapo de ninguém, eles não precisam dos seus amigos. Esse 7" me deixou sedento por mais.

BEWARE - WHAT WE WERE
Bob Wilson tirou um sarro da minha cara uma vez, mas esse lançamento ainda é assassino. A primeira musica bate forte e rápido enquanto que o resto tem uma pegada Chain/Mouthpiece pesada. Uma banda para ficar de olho.

OUR SIDE - BACK TO REALITY
Sangue novo na Trible B, lançaram seu 7" de estreia e mano, isso é bom. Eu gosto do lançamento anterior, mas esse é campeão. Back To Reality bate na sua cara, cru, rápido e deixa espaço na sala para uma dança violenta.



Cesar Maia aka Fresh Rhymes
Enciclopédia hardcoreana e dono do blog All Things Old School, CoF .:., mantém a chama dos dumbphones acesa.

TOP 5
Existem algumas bandas que quando soltam material novo dificilmente desapontam, mas isso só ocorre se a banda mantém o mesmo espírito do início. Greg Wilmot (Mental/Lockin’ Out) havia me dito em 2008 que eles tocavam o som das ruas, passados 5 anos (e 3 EPs) ta aí, Mob Justice. Teve gente da própria Revelation que disse ter sido o melhor disco já lançado por eles! Pra mim, tranquilamente o melhor do ano e possivelmente um divisor de águas igual “Roll With The Punches”, “Ill Blood”, etc. Escolher apenas 5 é complicado, ao final das contas os 3 primeiros foram fácil, os demais foram embaçado. Uma banda que marcou muito nesses últimos anos, na minha opinião, foi o Minority Unit e o novo EP do Blind Justice foi bem na sonoridade que eles apresentavam, rápido pracaraio e cheio de energia. Se a banda não acabar, eles vão fazer um estardalhaço. Pra fechar, momento mãe dináh, de olho nessas bandas em 2014: not afraid, battle ruins, cross examination e foreseen.

RIVAL MOB - MOB JUSTICE
POWER TRIP - MANIFEST DECIMATION
TAKE OFFENSE - UNITED STATES OF MIND
BLIND JUSTICE - MISCHIEF
TOXIC SHOCK - DAILY DEMONS


Alexis Gautier
Vocalista do Raw Justice, guitarrista do No Solution! e dono da distro/selo Straight and Alert.

TOP 5
Yo ! Aqui é o Alexis da STRAIGHT & ALERT records / mailorde ( França ) e aqui são os 5 melhores lançamentos do hardcore em 2013 na minha opinião, sem uma ordem definida. 

TURNSTILE - STEP 2 RHYTHM
Turnstile arregaçou com tudo e com todos em seu 7" de estreia chamado "Pressure To Succeed". Vindos de Baltimore e liderados pelo frontman Brendan Yates (baterista do Trapped Under Ice) a banda voltou com um novo 7" pela Reaper records chamado "Step 2 Rhythm". Riffs pesados, mudanças de tempo malucas, breakdowns inacreditáveis, NYHC groovado com uma vibe Biohazard, essa é a pegada do Turnstile.

POWER TRIP - MANIFEST DECIMATION
O Thrash Metal / Crossover ainda vive e ninguém faz isso melhor que os texanos do Power Trip. Pegue o melhor do Vio-lence, Cro Mags, Exodus, Leeway e Nuclear Assault mais o toque pessoal dos caras e eles entregam um crossover agressivo cheio de breakdowns pesados. Depois de 2 EPs incríveis (Double Or Nothing records e Lockin' Out records) eles entraram para a Southern Lord records para lançar este LP grandioso "Manifest Decimation".

TWITCHING TONGUES - IN LOVE THERE IS NO LAW
Conhecidos pelo seu metal bem influenciado por rock (Type O Negative, Section 8 , Only Living Witness, Life Of Agony) o Twitching Tongues (com membros do Ruckus, Apha & Omega e Disgrace) agora é um peso pesado do hardcore graças seus grandes discos: "Sleep Therapy" e "Preacher Man". "In love there is no law" continua de onde o "Preacher Man" parou, eles ainda regravaram esse som! 9 sons de um hardcore inimitável influenciado pelo rock. 

NAILS - ABANDON ALL LIFE
Aqui estão eles outra vez com um novo LP destruidor, gravado por Kurt Ballou em seu lendário estúdio God City. "Abandon All Life" é violento, cru e cheio de fúria, onde o Nails pegou o melhor de bandas do final de 80, bandas da Earache Records, porwerviolence, Entombed, Drop Dead, Obituary, Napalm Death e adicionou alguns elementos do Nasum, Suffocation e Celtic Frost. Onde o Hardcore e o Death Metal se encontram.

MAGIC CIRCLE – S/T
Quando me falaram que o vocal do The Rival Mob tinha uma banda stoner / doom eu não pude acreditar. Cada vez que eu escultava o disco ele me soava mais surreal ! Com influencias vindas da NWOBHM ( quem disse Black Sabbath ? ) e da cena metal tradicional, sons cativantes, riffs pesados e um incrível vocal, o Magic Circle vai fazer você ouvir esses 6 sons repetidamente.


Luiz Menezes
Colunista do Intervalo Banger, vinylhead, tapehead e vocalista da nova promessa do hardcore brasileiro o B'URST

TOP 5
Fico honrado com o convite do meu brother Diego Buneco Garcia, o guardião do youth crew, para fazer meu top 5 do hardcore de 2013 aqui. Como acabei de fazer minha tradicional lista no Intervalo Banger, decidir dar uma mudada e apresentar as cinco demos/cassetes com rotação mais elevada no som aqui de casa nesse ano. Siliga:

DISXEASE - DEMO 2013
Melhor banda nacional ou melhor banda nacional? Vai ser difícil pra qualquer oponente competir com esses caras em 2014. Não tenho nada a dizer que já não tenha sido dito, uma lindíssima cruza de Brotherhood, Confront e SSD feito por quem sabe e já estava aqui antes de você. Brutálico!

BATTLE RUINS - PROMO TAPE
Cassete com dois sons que vão sair no LP da banda (que, por sinal, já vazou). Oi! com NWOBHM em letras sobre guerras campais, o que poderia ser melhor? Ainda por cima, traz um dos meus hits pessoais do ano "Slaughtering the wolves like sheep".

PROTESTER - S/T
Essa fitinha demorou uns dois meses no correio até cair na minha mão, mas a espera valeu à pena. O som da banda mistura as influências - a essa altura do campeonato já batidas - do Boston Crew com um bem vindo toque de harDCore. Letras espertíssimas e um cover do Last Rights no fim.

DEATH INJECTION - STRAIGHT EDGE DEMO
Não tem muito tempo que peguei essa e fiquei de cara com o som logo na primeira ouvida. Hardcore duro, direto e insano, tipo uma jam entre os caras do Boston Strangler e do Hoax cantando sobre como o sxe pride não se perdeu.

STONE DAGGER - THE SIEGE OF JERUSALEM
Ok, isso não tem nada de hardcore. Digo, nada de hardcore além dos seus membros. A parada aqui são os usuais suspeitos de Boston mandando ver um heavy épico no pique Manilla Road, Virgin Steele, com algumas levadas meio sabbathicas. É pra banguear orgulhoso com seu patche costas do Headless Cross.



Daniel Garcia aka Dan
Já foi considerado o Keepers of the Youth Crew brasileiro até revelar ao mundo sua queda pelo hardcore mosh groovado de NYHC, sócio da Thinking Straight Records, guitarrista nas bandas Final Round, Dedication e Inner Self.

TOP 5
Digamos que foi um pouco difícil fazer está lista, 2013 foi um ótimo ano e no começo eu já havia dito que o Step 2 Rhythm do Turnstile e o Mob Justice do Rival Mob seriam os melhores do ano, minha lista não me deixará mentir. Vale deixar bem claro que eu, particularmente, gostei bem mais da timbragem da fita promo do Mob Justice (chupa Buneco), mais isso ficou no top de 2012. Enfim, sem mais delongas, meu top 5 de 2013 ficou na seguinte opinião:

THE RIVAL MOB - MOB JUSTICE
CHAIN RANK - THE GRIP DEMO
TURNSTILE - STEP 2 RHYTHM
FREEDOM - PAY THE PRICE
WRONG IDEA - WHAT'S LEFT INSIDE



Rick Pellario aka Paulito
Vocalista do Clearview, CoF .:., trap music maniac, keeper of the faith e endorser da Oakley.

TOP 5
TERROR - LIVE BY THE CODE
POWER TRIP - MANIFEST DECIMATION
TURNSTILE - STEP 2 RHYTHM
THE RIVAL MOB - MOB JUSTICE
WOLF X DOWN - STRAY TO THE PATH

7 de janeiro de 2014

Afflictive Nature - Judged Punished Erased

O Afflictive Nature seguiu o exemplo de seus conterrâneos mais conhecidos do Power Trip, começou com um EP fazendo o crossover entre o hardcore e o thrash, mas no último disco partiu de vez pro metal. Judged Punished Erased é um 7” lançado este ano pelo selo Life To Live Records da Flórida e tem cinco músicas que fariam as bandas de thrash dos anos 80 orgulhosas! Dobras e solos de guitarras, introduções lentas, faixa instrumental e música com mais de 5min, o hardcore foi bastante diluído no meio de tudo isso. Vai de cada um encarar essa nova fase da banda como algo positivo ou não, no meu caso esse EP não sai da playlist! Assim como o Power Trip e o Iron Age, o Afflictive Nature é uma alternativa à leva de bandas do revival do thrash engraçadinho Municipal Waste. FIKDIK: A banda postou em sua página do facebook um link para download desse EP, só procurar por lá!

Acesse: Facebook / Life To Live Records / Bandcamp

2 de janeiro de 2014

Society Sucker - The Demo

Agora um pouco de gingado aqui no DBDHC com o SOCIETY SUCKER. Com certeza 2013 foi um grande ano para o hardcore mundial. Foram tantas coisas boas acontecendo e tanta banda boa surgindo que nem todas recebem a sua merecida atenção, como é o caso da demo do Society Sucker que já chama a atenção pela excelente arte. Pense nos grooves do Leeway, com um pouco de Crown of Thornz, The Icemen e para ter uma referencia mais recente, os riffs do Fire & Ice, esse é o som apresentado por esses americanos da carolina do norte em sua demo de estreia. Essa demo foi lançada em fita k7 pelo selo europeu Street Survival e segundo a banda, poderá ser lançando em um 7" limitado, além disso os caras já estão trabalhando em um novo material para 2014, fiquem ligados.

Para maiores informações: