30 de abril de 2012

GUILTY

Seguindo a saga das bandas de hardcore que cresceram ouvindo metal, agora é a vez dos suecos do GUILTY! Depois de dois 7" animais desponta com uma das bandas mais promissoras do hardcore europeu, inclusive com lançamento pela Six Feet Under Records nos EUA. Metallica, Cro-Mags e Warzone se encontram no som dos caras, e pra você que gosta da proposta do Cruel Hand, escuta isso porque os suecos elevaram o nível! Um dos guitarristas da banda, Viktor, muito gente boa por sinal, topou responder algumas perguntas pro Day By Day, por intermédio de Mr.Rick Pellario (Clearview) que lançou o contato e falou a respeito da eZine pro gringo.


Muito obrigado Viktor, por topar conversar com a gente! Só pra começar, como vocês se juntaram para compor algumas pedradas?
Sem problemas mano, o prazer é meu! De verdade! Basicamente eu e o Anton (vocal) já conversávamos fazia um bom tempo sobre montar uma banda juntos. Quando minha antiga banda acabou e ele estava sem outro projeto decidimos levar adiante a ideia. Chamei o Linus (guitarra) que eu já conhecia de antes do Guilty e começamos a compor alguns riffs para as músicas e logo depois perguntamos ao Dennis (baterista) se ele estava afim de entrar em uma banda que soasse como o Cro-Mags pós-TAOQ e ele topou. Depois de todo esse processo o Martin chegou somente para nos ajudar no baixo, mas acabou ficando preso a banda.

Desde o primeiro 7", lançado pela Green Menace, dá pra perceber algumas influências animais, como Cro-Mags e Warzone misturados com uma abordagem mais metal, o objetivo realmente era esse?
É, você acertou mano! A gente gosta bastante de bandas de metal mesmo, acho que é isso que dá uma cara própria ao nosso som.


Falando sobre as seis cordas, quais suas principais influências como guitarrista?
Na verdade eu não tenho muitas influências a respeito de guitarristas. Se eu escuto um bom riff eu gosto, não importa quem esteja tocando. Eu perguntei ao Linus, que faz a maior parte dos solos, sobre alguns nomes importantes e ele citou o Ace Frehley e Jimmy Page.

No começo desse ano vocês lançaram um novo 7" pesadíssimo, com riffs cada vez mais insanos e agressivos. Como foi o processo de composição e gravação?
O processo de composição foi bem tranquilo, a gente só quis aumentar ao máximo o volume e elevar o nível de tudo. Mais solos, mais riffs, mais do vocal do Anton. Quisemos deixar mais a cara do GUILTY, não queremos parecer com uma série de outras bandas, o objetivo é fazer com que as pessoas saibam que é a gente tocando quando escutarem alguma música nossa.


Em uma entrevista aqui no blog, o Andreas do ANGERS CURSE comentou que o hardcore sueco está em um dos seus melhores momentos, você concorda?
Isso aí, a cena atual por aqui está muito boa! Nós tivemos uma espécie de um período fraco após os anos 90 com o Refused e as bandas de Umeå. Não digo que a cena sumiu após isso, definitivamente tinha alguma coisa rolando, mas isso está crescendo desde então e eu acho que também está se re-inventando. A quantidade de boas bandas por aqui é muito boa e, na maioria das vezes, tem um bom público nos shows. Mas ainda estamos na batalha com aqueles que só aparecem quando ficam muito animado com alguma banda grande pela cidade, mesmo que seja uma merda. Mas no geral... está melhorando!

Falando sobre o hardcore por aí, e daqui do Brasil e América do Sul, você conhece alguma coisa?
Nós sabemos que vocês também gostam bastante de metal, igual a gente! Conhecemos também todas as bandas dos Cavaleras e recentemente eu pirei no som do Clearview depois que um amigo me falou a respeito deles. Eu gostaria de dizer que conheço mais, especialmente por que o Brasil é um dos países que mais quero visitar! Já tenho um convite do Rick Clearview falando que eu deveria colar por aí e mano... Eu curtiria demais! Só deixar em guardar alguma grana!



Depois destes dois 7" animais, o que podemos esperar do GUILTY?
Hoje mesmo nós começamos a escrever novo material para um possível LP que lançaremos assim que estivermos com tudo pronto. A gente também tem procurado tocar bastante, o máximo possível, começando uma tour pela Europa no final do verão, então se você estiver perto de algum show nosso, é só chegar e trocar uma ideia!

Mais uma vez, obrigado Viktor! Fique a vontade pra mandar um salve pro pessoal que acompanha o blog.
Eu que deveria estar agradecendo você mano, vale mesmo por se interessar o bastante para fazer essa entrevista com a gente e também por ter se ligado no som! E uma mensagem... hrm... Prometam que assim que tocarmos no Brasil, vocês apareçam para conferir! Também deem uma olhada no http://guiltyhc.bandcamp.com se vocês não sabem quem somos. OBRIGADO!

ACESSE: Bandcamp / Myspace / Green Menace Records / Six Feet Under Records

25 de abril de 2012

MELTDOWN

Os posts anteriores do blog, com o hardcore thrasher do Violation e as bandas de Boston como Slapshot e SSD, deram a inspiração necessária pra escolha de escrever um pouco sobre esta banda, o Meltdown, que também tem uma pegada com muita influência de thrash metal e também é de Boston.



Formada em 2006, contando com caras já atuantes na cena, desde membros do Verse (provando que existe redenção na vida), até o criador de uma fanzine que rodou bastante pelos EUA, a Final Word. O Metaldown cita como grandes influências bandas como Cro-Mags, Merauder, Integrity, Metallica, Motorhead, Slayer e Anthrax. Enfim, com uma lista dessas, você deve pelo menos dar uma chance aos caras!



O EP 7'' DEMOLITION de 2007, lançando pela Closed Casket Activities Records é o cartão de visitas do Meltdown, com direito a uma intro cabulosa em Iron Chains e mais quatro faixas que sintetizam as influências que eles mesmos citaram, seguindo uma fórmula de intro animal, riff thrash, solo, refrão e breakdown pra dança violenta, tudo isso com letras bem escritas pelo vocal Paully Edge. Logo depois assinaram com a Deathwish Inc para um 7'' de 3 músicas que elevou ainda mais o nível do que eles já haviam apresentado e ficou a promessa para um LP no final de 2008... mas, pelo jeito vai ficar só na promessa, pois a banda aparentemente acabou.



Acesse: MySpace / Deathwish Inc.

23 de abril de 2012

VIOLATION

Parece que a geração de bandas da segunda metade da década de 2000 em diante reaprendeu a misturar hardcore e metal (principalmente thrash) sem abaixar a afinação, botar um vocal bem grave e inundar o som com breakdowns a cada 10 segundos, o motivo?

Bandas como Cruel Hand, Bitter End, Iron Age, War Hungry, Alpha & Omega, Take Offense sempre figurando no cast dos melhores festivais gringos e com bons registros na praça, sejam splits, EP’s ou LP’s. No entanto, uma das mais promissoras dessa leva “ficou pelo caminho”, como um número cada vez maior de boas bandas de curta duração, e terminou as atividades em uma fase excelente, o Violation.



Formada entre 2005/2006 na California por uma molecada de muito bom gosto quando o assunto é som agressivo. Logo em 2007 sai o EP 7’’ POSSESSED , lançado pelo próprio Sound And Fury com a banda estreando no festival do mesmo ano e repetindo a dose nas edições de 2008, 2009 e 2011. Apenas um ano depois, em setembro de 2008, veio o LP DEVOURED pela 1917 Records, com 22min de riffs absurdos unindo o melhor do thrash metal (Slayer, Kreator, Vio-Lence) com o hardcore do final dos anos 80 de NY. O vocal também se destaca e acho que a melhor comparação foi feita por um camarada que já indicou muita coisa aqui pro blog, o Cleyton, outro aficcionado no som do Violation, e lembrou logo do figura Tom Warrior do Celtic Frost, logo na época do To Mega Therion.



Infelizmente o Violation já havia dado sinais que encerraria as atividades em 2010, e decidiu fazer seu último show no festival que tanto abraçou a banda, no Sound and Fury 2011. Mas ficam esses dois registros de uma das melhores bandas da década passada.



Acesse: MySpace / 1917 Records

18 de abril de 2012

ANGERS CURSE

Logo que você percebe que o país de determinada banda é a Suécia já vem na ideia uma lista gigante de outras bandas conterrâneas animais, seja do meio hardcore ou metal. O caso do Angers Curse não é diferente! No ano passado os caras lançaram um LP cabuloso, o TIGHTEN THE SCREWS, que pesa no hardcore agressivo principalmente da escola do Right Brigade. Segue abaixo uma conversa com o baixista Andreas Skogmo a respeito deste LP e os planos futuros da banda.



Valeu mesmo Andreas pela entrevista, como foi o início do Angers Curse em 2007?
Angers Curse realmente começou quando o Tobbe(guitarra) e Magnus(vocal) desistiram de uma banda chamada Break Me, mas ainda queriam fazer algo juntos. Então chamaram o irmão do Tobbe, John(bateria), e seu amigo Joel. E o "resto é história"... hehehe.


Quais foram as principais influências que vocês colocaram no "Tighten The Screws"? Eu percebi uma pegada puxando pro Right Brigade e Carry On, é por aí mesmo?
Isso mesmo, nós sempre escutamos sobre essa pegada Right Brigade, mas eu acho que o LP tem bastante de Madball também e influências com mais groove. Mas é lógico que essas duas bandas são grandes influências pra gente.



Lendo um pouco a respeito da banda eu vi que vocês sofreram algumas mudanças de line-up antes da gravação do disco, como isso afetou todo o processo?
Eu (sendo um destes "novos" membros) diria que é sempre para o melhor. Através de tudo isso nós evoluímos tanto como pessoas quanto musicalmente e o que fizemos com o disco é algo que todos tiveram sua participação e gostaria de dizer que estamos muito orgulhosos disso.


Vocês são da Suécia, que é terra natal de uma quantidade enormes de bandas animais, seja no hardcore ou no metal. Cara, qual o segredo?
Haha eu acho que é a água! Ou talvez pelo motivo de não ter nada além disso para fazer durante os longos invernos, então a gente se esconde e faz música.



Você conhece algumas bandas da América do Sul, especialmente do Brasil? Ainda mais que vi uma foto dos camaradas do Clearview no seu facebook.
Conheço algumas bandas sim, Clearview mesmo são bons amigos nossos. Nueva Etica é outra banda da América do Sul que eu gosto bastante, mas para ser honesto eu não conheço muito a respeito da cena atual. Eu curti demais quando o Children Of Gaia e o Confronto vieram pra cá alguns anos atrás e nós fizemos alguns shows com eles. Sempre achei a cena sul-americana/brasileira muito apaixonada e sincera, parece que não mudou desde então.


O que nós podemos esperar do Angers Curse daqui pra frente? Algum plano para um disco novo?
Nós compomos dez músicas novas e estamos tentando agendar o estúdio pra esse verão ainda, para o nosso segundo LP. E no momento estamos tocando o máximo que podemos, espero que quando este segundo disco for lançado possamos tocar um pouco mais se comparada a tour do "Tighten The Screws".


Andreas, mais uma vez obrigado pela entrevista!
Obrigado você! Significa muito pra gente que alguém de tão longe demonstre interesse em nossa banda. E por favor, se liguem no hardcore sueco, pois está melhor do que nunca! Bandas como Anchor, Dead Reprise, Undergång, Stay Hungry, Elapse, estão fazendo muito barulho e as pessoas precisam ouvir!



Acesse: Facebook / MySpace / StereoKiller

E no site da LOJA CAUSTIC você pode encontrar o Tighten The Screws, altamente recomendado!

16 de abril de 2012

SLAPSHOT

Aproveitando o post do Buneco sobre o SSD, banda mais do que essencial pro hardcore e principalmente pra cena de Boston, e a emoção que o anúncio da tour do Slapshot gerou, mesmo naqueles que conhecem apenas os vídeos da Eastpak Resistance Tour no YouTube, fui oportunista e logo pensei em escrever um pouco a respeito dos haters de Boston.




O Slapshot já começou gerando muita expectativa na cena local, primeiro pelo fato de conter em sua formação caras que já tinham passado por bandas como Negative FX, Last Rights e DYS. E depois, pela época em que começou as atividades, em 1985 o SSD já tinha mostrado como era rock (How We Rock) e o Gang Green, depois do debut em 1986, também trilhava o caminho rocker assinando com a Roadrunner Records. Ou seja, desde o princípio o Slapshot veio pra manter o hardcore agressivo e simples, com toda a simpatia, sensibilidade e sutileza de um bull terrier espumando de raiva.



Steve Risteen, guitarrista das primeiras pedradas, já deu a letra em 1986 "Tudo o que queremos é trazer de volta os ideais dos primórdios de Boston". E o lado hater certamente vem da lenda Jack "Choke" Kelly, que na mesma entrevista entrega "Eu escrevo música sobre o que me deixa com raiva" e completa "o principal a respeito do Slapshot é que fazemos o que queremos e caso as pessoas não gostem... bom, elas não precisam gostar".



Uns dizem que a banda possui uma discografia inconstante, cheia de mudanças de line up que prejudicaram o andamento da banda, outros até podem reclamar do som repetitivo, sem variações de ritmo e seguindo a cartilha, misturando agressividade com sing-alongs. Até podem ter sua razão, mas caso procure hardcore sem grandes concessões a maneirismos e ao que o resto do mundo pense, escute Back On The Map, Step On It, 16 Valve Hate, Old Time Hardcore.

E sobre a tour sul-americana, já temos as informações sobre o show aqui no Brasil! 17/06/2012 (domingo) no Clube Outs da Rua Augusta em São Paulo, ao lado do Good Intentions, Still Strong e Final X Round (com o Buneco emocionado e muita espuma). Não perca a oportunidade de ouvir/ver o Choke soltando pérolas como "Hey Ray, why don't you get some self respect. Your religion has got you more fucked up than any drug can ever do!", na música 108. Aliás, essa treta deles com as bandas posi-youth de New York fica pra um próximo post, conteúdo não falta.



Question: Are Slapshot a Straight Edge Band?
Mark McKay: Of the worst kind.

11 de abril de 2012

SS DECONTROL - The Kids Have Had Their Say

Chega a ser até difícil falar desse álbum. Esse talvez seja o maior clássico da história do hardcore, trinta anos se passaram desde o seu lançamento e ele continua sendo a formula principal pra quase tudo que sem tem feito dentro do hardcore. O Social System Decontrol ou simplesmente SSD foi uma das bandas promissoras do hardcore straight edge no inicio da década de 80. Tem muita gente que diz que o youth crew era Minor Threat + SSD e ainda hoje trinta anos depois continuam saindo bandas e mais bandas na linha do SSD como é o caso da cena atual de boston com o Boston Strangler, Waste Management, entre outros. The Kids Have Had Their Say lançado em 1982, esse nome deveria arrepiar qualquer um que gosta nem que for um pouco de hardcore e deveria fazer qualquer straight edge transbordar em emoção. São 18 porradas na cara que já começão com Boiling Point um clássico incontestável. Se você nunca ouviu, ou acha dificil digerir esse álbum, tente ouvir com mais atenção agora, tenho certeza que você vai achar algo do SSD nas bandas que você ouve atualmente.


9 de abril de 2012

No Solution ! - Demo 2011

Sim, estamos voltando, o DBDHC costuma tirar férias mas sempre volta com força total. Dispensando o bla bla bla, vamos falar sobre uma das bandas que mais me impressionou ultimamente no quesito Youth Crew Hardcore. Confesso que conheço muito pouco do hardcore francês, recentemente eu postei a resenha sobre o Lasting Values e pouco tempo depois, graças a dica do meu brother Cesinha eu acabei conhecendo o No Solution! mais uma esperança pra quem acha que o youth crew morreu. Você gosta de YOUTH OF TODAY?, BOLD? TRUE COLORS? então com certeza você vai passar mal com essa demo do No Solution!, lançada em 2011, são 6 sons diretos ao ponto, rápidos, com melodias simples, coros youth crew e um vocal destruidor que lembra bastante o vocal do Packo do True Colors com o vocal do Filip do Loud And Clear. As letras são muito boas, falam desde maus tratos com animais, até o sentimento straight edge que continua forte. Essa demo vai fazer você dar stage dive no sofá e fazer point finger na frente do espelho!

Para maiores informações: