15 de setembro de 2010

Maratona Tiempos de Honor

Decidi escrever sobre os três shows do Tiempos de Honor que presenciei neste final de semana passado, entre os dias 10 a 12/09, dois pelo interior paulista e um pela capital, mais para demonstrar as difrenças entre cada rolê e as dificuldades que aqueles que ainda acreditam no hardcore enfrentam.

Indaiatuba
Pois bem, começo pelo festival que tive o prazer de organizar ao lado de um grande camarada, o Bruno (a.k.a Palhaço), no Plebe Rock Bar em Indaiatuba durante uma sexta-feira a noite (10/09). Pico pequeno que costuma ter público fiel, entrada por apenas R$5,00, banda gringa, receita para casa cheia? Os mais inocentes podem até achar que sim, mas o que eu já esperava tomou forma, chegando à frente do local encontramos a rua cheia, no entanto, a maioria dos presentes preferia pagar R$4,00 em uma cerveja do que conferir o rolê! Um verdadeiro bando de moleque sem propósito que enche a boca para falar que apoia o underground, mas na verdade prefere ficar jogado a sarjeta consumindo álcool, entre outras substâncias. Não me leve a mal, estou longe de ser straight edge, mas chega a ser patético presenciar tal cena. Como fiquei pela porta do local na maior parte do tempo só tive oportunidade de conferir o show dos trutas do Final x Round e do Tiempos de Honor mesmo, duas apresentações insanas que infelizmente foram conferidas apenas pela galera que veio de São Paulo e poucas caras já conhecidas do interior paulista, incluindo alguns brothers de Indaiatuba. Mas valeu o esforço! Agradeço a todos os envolvidos.


Piracicaba
Desde o show do Ta Life, senão me engano em 2007, que freqüento a cidade com regularidade e infelizmente percebe-se a diminuição de gente envolvida com o hardcore. Enquanto aqueles que já eram verdadeiros naquela época só tomaram forças para seguir ainda mais no rolê, quem entrou por moda já saiu. Não posso comentar com propriedade sobre esse festival, pois fiquei apenas cerca de 30min pelo local, tive que levar um camarada que estava passando mal embora, mas deu pra perceber o local com poucas pessoas, ou seja, sempre aquelas que se mantém fiéis. Mas pelo comentário do pessoal foram ótimos shows, principalmente do Tiempos de Honor, esses chilenos impressionaram demais, pegada anos 90, idéias fortes e humildade!





São Paulo
Muitos podem torcer o nariz quando digo “cena é só em São Paulo”, não adianta comparar! Tanto aqui pelo interior paulista quanto em outras cidades pelo Brasil temos pessoas envolvidas com o hardcore e que tentam manter a chama acessa, verdadeiros focos de resistência, mas não podemos chamar isso de cena, diferente da capital paulista que em um domingo, com dois festivais na mesma rua, um de frente pro outro, consegue praticamente casa cheia em ambos. São mais pessoas envolvidas com a cena, o que é natural pela grande quantidade de pessoas que moram pela metrópole, mas mesmo assim São Paulo se torna ponto de encontro dos loucos que ainda persistem, com gente de Piracicaba, Sumaré, Indaiatuba, Sorocaba e por ai vai. Tudo isso no La Resistencia Fest, com um belo cast de bandas, destaque para o D.P.R que sempre impressiona, Tiempos de Honor já desgastado pela maratona mas com pegada para fazer um bom show e a volta do Confronto após uma grande tour européia, banda sempre muito competente no palco.


Aproveitando o post para divulgar a entrevista dos chilenos do Tiempos de Honor no blog parceiro do Daily War Zine.

3 comentários:

  1. É... essa é a dura realidade da "cena" hardcore no Brasil.

    ResponderExcluir
  2. Mas São Paulo não é só flores.. é comum ver um show desse porte lotado e tal, mas e outros shows menores? já vi show de graça com um cast de primeira, boa localização, ser completamente ignorado. Algo que eu noto é que as pessoas que acompanham a cena aqui em são paulo, são sempre os mesmos, o resto da rapeize, aparece como quem ta afim de dar um role no shopping, conhecer gente descolada, etc.. Geralmente o pessoal que apoiá, corre atrás, prestigia as bandas, são pessoas que também tem banda, tem um selo, zine, ou realmente gostam do bagulho (poucas essas ultimas) inclusive, hoje, até nego que tem banda, ta virando estrela, mas enfim. Eu gosto de São Paulo, gosto das bandas que estão ai fazendo um corre monstro e gosto dos camaradas que sempre colam, mas achar que aqui tudo ta firmeza, infelizmente é um equivoco. Sei que o Pinguim não quis dizer isso, mas isso é um fato que não pode ser ignorado.

    ResponderExcluir
  3. To ligado Buneco, mas o número de pessoas é consideravelmente maior, natural isso pra uma cidade tão grande. Fora que é como eu disse, se torna ponto de encontro pra pessoa que sai daqui do interior também, por isso eu digo que aí pelo menos tem uma "cena", com todos os seus defeitos, mas podemos chamar disso.

    ResponderExcluir